CRF - Concreto Reforçado com Fibras - Mito e Realidade
Resumo dos artigos do Prof. Sidney Mindess
• “Fibre Reinforced Concrete – Myth and Reality” Advances in Cement and Concrete - ASME – American Society of Civil Engineers – 1994
• “Fiber reinforced concrete” – capítulo 22 do livro – “Concrete”- Prentice Hall-2002
Concreto reforçado com fibras (CRF) pode ser definido como um material feito com cimento Portland, agregados, e contendo fibras descontínuas misturadas.
O Concreto Reforçado com Fibras (CRF) vem sendo usado desde 1960.
As fibras têm sido encaradas como uma panacéia para todos os problemas que possam ser encontradas nas obras de concreto. Infelizmente, isso é incorreto.
Embora as fibras possam melhorar algumas das propriedades do concreto, o seu uso nunca resultará em um concreto sem fissuras.
Em 1960 foram usadas fibras de asbestos misturadas ao cimento. Desde então têm sido usados outros tipos de fibras como: aço, polipropileno, carbono, vidro, nylon, celulose, acrílico, polietileno, madeira, sisal, etc.
As fibras mais usadas são as fibras de aço e as fibras de polipropileno.
As fibras são usadas em lajes de concreto sobre o terreno (60%) , em concretos projetados (25 %) e em pré-moldados (5%) e outras aplicações diversificadas.
Algumas dessas fibras têm módulo de elasticidade maior que o do concreto, outras têm módulo de elasticidade menor que o do concreto. Porque deveríamos usar fibras no concreto?

Concreto simples, não armado, é um material frágil, quebradiço, com uma baixa resistência à tração e uma baixa capacidade de alongamento na tração.
O papel das fibras descontínuas, distribuídas aleatoriamente, é o de atravessar as fissuras, que se formam no concreto, seja quando sob a ação de cargas externas ou quando sujeito a mudanças na temperatura ou na umidade do meio ambiente. As fibras provocam uma certa ductilidade após a fissuração.
Se as fibras forem suficientemente resistentes, bem aderidas à matriz cimentícia, e em bastante quantidade, elas ajudarão a manter pequena a abertura das fissuras. Permitirão ao CRF resistir a tensões de tração bem elevadas, com uma grande capacidade de deformação no estágio pós-fissuração. (o chamado “strain softening”).
Infelizmente as fibras são imaginadas como sendo uma panacéia para todos os problemas encontrados nas construções de concreto, pelo menos quando se lê os prospectos dos fabricantes de fibras.
Isso algumas vezes gera desapontamento entre os usuários quando as fibras não produzem um concreto sem fissuras.
Embora as fibras possam de fato produzir melhorias no comportamento do concreto, devemos ser realistas quanto ao que realmente podemos esperar das fibras, principalmente se a quantidade de fibras for pequena, (menos de 1% em volume), como é o caso geral.
Como as fibras são relativamente caras, devemos estar preparados para responder à pergunta : “ A mesma quantidade de dinheiro não poderia ser usada para colocar uma armadura adicional com barras, ou para escolher um traço melhor para a matriz cimentícia, ou para seguir melhores procedimentos de cura, etc. ? ”.
Texto completo: https://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/crf.pdf